segunda-feira, 28 de julho de 2014

Automedicação - ainda um problema grave no mundo inteiro.

Ilustração: Arquivo Google
Apesar das intensas campanhas
contra a automedicação,
é grande o número de pessoas 
que mantêm o perigoso hábito
de tomar remédios 
sem consulta médica.


No Brasil é assim. Tem sempre aquele amigo que diz que recomenda um medicamento ao outro porque deu certo para ele. Há sempre alguém que diz que um chá disto ou daquilo é bom para isto ou aquilo. E o amigo acredita, às vezes até sente que melhorou, mas depois vem consequências graves que nem sempre se pode imaginar que estejam relacionadas a esses dois péssimos hábitos: o da pessoa que se automedica e do da pessoa que faz as recomendações. Mas esse mal não ocorre só no Brasil: é um dos males que mais causam problemas graves no mundo.
Mesmo aquele remédio sem necessidade de prescrição médica para aliviar uma dor de cabeça pode resolver o problema da dor momentaneamente, mas pode estar agravando outros. Existem várias razões que podem causar uma dor de cabeça, e muitas delas são muito graves. Elas podem ser sintomas de problemas nos olhos, e neste caso será necessária uma consulta a um oftalmologista. Podem ser causadas por alguns tipos de toxinas, e aí se faz necessária uma consulta a um hepatologista (médico especializado em males do fígado). 
Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sintox), em 2003 o uso de medicamentos sem orientação médica foi responsável por 28% de todas as notificações de intoxicação. Mesmo em termos mundiais, é uma taxa preocupante. Se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser ainda maior. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabiologia (SBEM), o uso desses produtos sem orientação dos médicos facilita o aumento da resistência dos micro-organismos ("micróbios") e isto dificulta o tratamento.
Outro problema causado pela automedicação é a combinação inadequada de medicamentos. Há situações em que a pessoa já está recebendo tratamento médico por alguma razão qualquer e tomando um medicamento recomendado por um médico. Essa pessoa sente dores de cabeça ou de estômago, ou seja lá o que for. Aí alguém recomenda o remédio tal, que não precisa de prescrição médica, é muito bom, etc. Só que, sem que a pessoa que recomendou e a pessoa que o tomará saibam, esse medicamento pode anular o efeito do outro, ou os dois indevidamente combinados podem causar problemas ainda mais graves. Dependendo dos casos, isto pode causar desde uma simples alergia até a morte. Tais casos são classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como:
  • Polimedicação (uso abusivo de tipos diferentes de medicamentos);
  • Uso de medicamentos antimicrobianos ou contra infecções não bacterianas em doses incorretas;
  • Uso de injeções quando seriam mais adequados remédios por via oral; 
  • Recomendações em desacordo com as necessidades clínicas;
  • Alta frequência de uso inadequado de medicamentos que requerem prescrição médica.
Segundo a OMS, mais de 50% de todos os medicamentos receitáveis são vendidos de forma inadequada. Cerca de um terço da população mundial tem dificuldades para adquirir medicamentos essenciais e, por isto, recorrem a medicamentos que são apenas paliativos e inadequados. Em todo o mundo, somando-se todos os casos, cerca de 50% das pessoas tomam medicamentos incorretamente com muita frequência.
Portanto, atenção, você que tem o hábito de recomendar remédios caseiros, chá disto, chá daquilo, e outros medicamentos aos amigos e familiares: nunca se deve dar tais conselhos às pessoas. Nunca se deve dizer "eu me dei bem com o remédio tal, por isto eu o recomendo". O organismo de cada pessoa tem reações diferentes com relação a medicamentos, alimentos, chás, etc. A única recomendação que uma pessoa deve fazer a outra é esta: "vá a um médico".

Fontes:

  • SBEM
  • WHO (World Health Organization - Organização Mundial da Saúde).

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