terça-feira, 30 de junho de 2015

Relógios Atômicos de Todo o Mundo Terão Acréscimo de Um Segundo à Meia-Noite

Os relógios atômicos serão reajustados
no momento em que marcarem
23 horas, 59 minutos e 60 segundos.
(Fonte: Tele Quest - Tendências do Mundo Digital)



Se as redes de computadores
não forem devidamente ajustadas,
poderão ocorrer problemas graves.
O último minuto de hoje vai durar 61 segundos. Esse segundo a mais será acrescido nos relógios mais precisos do mundo: os relógios atômicos. A informação vem sendo divulgada pela Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) dos Estados Unidos. O objetivo será corrigir o sistema horário internacionalmente conhecido como "UTC", que é a sigla em inglês para "Tempo Universal Coordenado". Para você entender melhor o que está ocorrendo, deve-se explicar o seguinte:
Representação ilustrativa
de um relógio atômico.

Fonte: Wikipedia
.
O "UTC" ("Universal Time Coordinated") ou "tempo civil" é o fuso horário de referência a partir do qual são calculadas todas as zonas horárias do mundo. Ele corresponde ao horário de inverno em Portugal e no arquipélago da Madeira e ao horário de verão no arquipélago dos Açores. Seu objetivo é eliminar a inclusão de uma localização específica num padrão internacional baseando a medida do tempo mais em padrões atômicos do que nos fenômenos celestes. É para isto que existem os relógios atômicos.
Um relógio atômico é constituído por um padrão ressonante de frequência que funciona como contador. Seu nome vem do fato de ser um medidor de tempo baseado na frequência de oscilação da energia do átomo, que é estimulado externamente por ondas eletromagnéticas. Isto permite que sua energia oscile de forma regular. A cada 9.192.631.770 (9 bilhões, 192 milhões, 631 mil e 770) oscilações do átomo de césio-133, por exemplo, o relógio atômico registra a passagem de um segundo. Hidrogênio, rubídio e césio são os elementos químicos mais utilizados nos relógios atômicos. Para entendermos por que esse acréscimo de um segundo precisa ocorrer hoje à meia-noite, os cientistas explicam o seguinte:
Costuma-se dizer que o dia na Terra (ou seja, o tempo de rotação do planeta) dura 24 horas. Na verdade, esse tempo não é tão exato assim, mas é bem próximo disto, com poucos segundos de diferença. No entanto, o arredondamento se faz necessário para facilitar cálculos em horas no dia-a-dia de cada um de nós. Embora seja o dia na Terra, é conhecido cientificamente como "dia solar" porque é dividido em 24 horas tendo por base o momento em que o Sol atinge a posição máxima em relação a uma linha imaginária vertical. Quando isto acontece, é meio-dia. Cada hora é dividida em 60 minutos e cada minuto contém 60 segundos. Arredondando-se os resultados, o dia na Terra tem 1.440 minutos ou 86.400 segundos. O problema é que atualmente a duração média de um dia está um pouco maior: 86.400,002 segundos. Ou seja: dois milésimos de segundo a mais.
Isto parece pouco, mas é preocupante porque representa uma diminuição na velocidade de rotação da Terra. Isto está sendo causado por um fenômeno chamado "força de frenagem", exatamente porque funciona como efeito de um freio. A causa é uma ausência de combinação entre as forças gravitacionais da Terra, da Lua e do Sol. A diferença de dois milésimos de segundo parece desprezível, mas isto acontece por dia, e  vem ocorrendo há anos, representando cerca de um segundo inteiro quando adicionada aos nossos relógios comuns. Esses dois milésimos de segundo por dia representam 60 milésimos de segundo por mês
A interferometria de base de dados de longo prazo, que é o método científico mais preciso para calcular a duração do dia, fornece informações sobre as estações observadas e sobre a rotação e orientação da Terra no espaço. Porém, como a duração do dia nem sempre é a mesma porque ocorrem variações causadas por diversos fatores, os astrônomos tem que determinar o tempo médio de duração, que seriam os 86.400 segundos. Entretanto, a variação ocorre imprevisivelmente, vindo daí a necessidade do acréscimo de um segundo que ocorrerá às 24 hs de hoje. No horário brasileiro, a mudança ocorrerá às 20 horas e 59 minutos.
Isto não fará muita diferença para uma pessoa, mas os grandes sistemas de navegação por satélite, as telecomunicações, a internet, correriam grandes riscos de erros caso esse acréscimo não ocorresse. O objetivo é conciliar as duas escalas de tempo: o  sistema de medição do tempo universal "UT" ("Universal Time") e o TAI (Tempo Atômico Internacional) que foi definido a partir de 1971, quando entraram em cena os relógios atômicos. Em 1972, quando foi estabelecida a UTC, isto provocou um risco de defasagem entre as duas escalas, que é o que está acontecendo agora. Eis por que o segundo a mais é necessário.

Fontes: 

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