sábado, 25 de julho de 2015

Dólar tem a Maior Alta Desde Final de Março de 2003

Foto: Arquivo Google
A unidade monetária dos Estados Unidos
teve ontem 
sua terceira alta consecutiva
e já está causando aumento
nos preços de alimentos.


Com a nova alta, de 1,55%, o dólar chegou a R$ 3,347 para a venda. É o maior valor fechado desde 31 de março de 2003. A terceira alta consecutiva elevou a valorização do dólar em 4,79% na semana, com ganhos acumulados de 7,66% no mês e 2,89% no ano. Na quinta-feira passada, a moeda norte-americana havia avançado 2,17%. Nas casas de câmbio de São Paulo (SP), o dólar já está cotado acima de R$ 3,70 para turistas. O valor para turistas é sempre um pouco mais elevado do que o divulgado no câmbio comercial. Os valores variavam de R$ 3,45 em dinheiro vivo a R$ 3,74 reais no cartão pré-pago. 
Segundo o Uol Economia, os investidores ainda estão preocupados com a possibilidade do Brasil perder o grau de investimento porque o governo brasileiro reduziu a meta de economia para este ano de 1,1% para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo eles, tal medida, além do ajuste muito gradual que deverá ocorrer nos próximos anos faz com que o esperado rebaixamento pela Moody's (*) esteja mais perto de se concretizar. Eles acreditam também que isto poderá motivar uma série de revisões por outras agências e a perda do grau de investimento.
Ao que parece, o que os economistas estavam prevendo já começou a acontecer. Hoje mesmo a alta do dólar já fez os preços de alimentos começarem a ficar mais altos. Isto acontece porque grande parte da matéria prima destinada à produção de alimentos mesmo fabricados no próprio Brasil e materiais destinados à agricultura é importada, e o aumento da taxa de câmbio do dólar significa também aumento de preços de produtos importados. O aumento do dólar também causa maior rentabilidade para os exportadores brasileiros no mercado internacional, e isto influencia muito no valor também dentro do nosso país. Paradoxalmente, os alimentos e praticamente todos os outros tipos de produtos destinados a consumo ficam mais caros porque, caso contrário, não teriam condições de manter a mesma vantagem e equilibrar os preços. Isto também pressiona a inflação.
Isto tudo significa que os impactos da desvalorização cambial estão longe de acabar porque está ocorrendo uma valorização global do dólar - não somente no Brasil. Com a moeda norte-americana ficando globalmente mais forte, os preços das commodities (**) cotadas em dólar cai, mas como o real tem se desvalorizado muito, os repasses dos preços ao consumidor se tornam inevitáveis. Em outras palavras: vem por aí mais diminuição do poder aquisitivo da população brasileira.

(*) Moody's Corporation - uma agência de classificação de risco de crédito. Em Portugal, esse tipo de instituição é chamado "agência de notação financeira" ou "agência de notação de risco". É uma empresa que, por conta de um ou mais clientes, qualifica produtos financeiros ou ativos de empresas, governos ou países e os classifica de acordo com graus de risco de não terão como pagar suas dívidas nos prazos fixados.

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