ESPECIAL : A Ufologia é ou não é uma ciência?

O OVNI sobre a Ilha da Trindade,
fotografado por Almiro Baraúna.
Foto do Arquivo Google.
Para alguns estudiosos,
a ufologia é uma ciência.
Para outros, 
é uma pseudociência. 


Um dos mais famosos casos ufológicos do mundo é o que ocorreu na Ilha da Trindade em 1958. A ilha é, na verdade, o cume de uma montanha submarina que faz parte de uma cadeia chamada Vitória-Trindade, por incluir montanhas submersas desde Vitória, a capital do Espírito Santo, até a própria ilha. Situa-se a 1.160 km do continente e pertence ao estado do Espírito Santo. No dia 16 de janeiro daquele ano, quando o navio de estudos oceanográficos da Marinha do Brasil, Almirante Saldanha navegava nas proximidades da ilha, os tripulantes do navio perceberam o que, segundo eles, parecia ser um "disco voador". Com eles estava o fotógrafo da revista O Cruzeiro, Almiro Baraúna, que conseguiu obter várias imagens do objeto. A que ilustra este artigo é uma delas.
O fato repercutiu muito no Brasil e em todo o mundo. As fotos foram reveladas na enfermaria do navio, que foi improvisada como laboratório. O capitão da Força Aérea, José Teobaldo Viegas, era uma das pessoas que estavam no navio e confirmou que havia visto o OVNI. Ainda hoje, conhecido como o "Caso Ilha da Trindade", é considerado um dos principais nos anais da ufologia brasileira. 

A ufologia (em Portugal, "ovnilogia") passou a ter entre seus adeptos não somente "curiosos" como também cientistas renomados, entre estes o astrônomo norte-americano Joseph Allen Hiynek (1910-1986) a partir de 1947, quando dois dos mais famosos fatos ocorridos no mundo aconteceram nos Estados Unidos. O primeiro deles foi na manhã de 24 de junho, quando um avião militar pilotado por Kenneth Arnold, ao sobrevoar o monte Rainier, no estado de Washington, foi seguido por nove objetos que, segundo o piloto, tinham a forma de "pires". Veio daí o nome em inglês, "flying saucer" ("pires voador"). 
O segundo caso evidenciou, segundo muitos ufólogos, evidenciou que esses objetos eram tripulados por seres extraterrestres. Na noite de 4 de julho de 1947, na pequena cidade de Roswell, no estado do Novo México, enquanto havia uma festa em comemoração ao aniversário da independência dos Estados Unidos, ouviu-se um estrondo. Todos estavam preocupados porque o som veio depois que quase todos viram uma imensa "bola de fogo" cruzar o céu. Mais tarde, o fazendeiro William Brazel, a quem os amigos chamavam de "Mac", acompanhado por seus filhos (dois meninos), encontrou em sua propriedade um enorme disco voador destroçado quatro extraterrestres mortos. Dizem que depois que o caso ganhou repercussão em todo o país, as autoridades militares tentaram convencer a população dos Estados Unidos de que tudo não passara de um engano.
O que se popularizou como "pires voador" nos Estados Unidos tornou-se mais conhecido como "disco voador" no Brasil. Os principais avistamentos desses objetos confirmam que, na maioria dos casos, apresentavam formatos discoides, mas com o passar dos anos surgiram muitos OVNIs com vários formatos. "OVNI" ("Objeto Voador Não Identificado") é a tradução em português para "UFO" ("Unidentifyed Flying Objects"). "Ufologia" é a junção da sigla em inglês com a palavra "logia", derivada da palavra grega "logos", que significa "estudo".
O maior erro que se comete no Brasil é que chamam de "ufólogo" qualquer pessoa que goste do tema, que leia muitos livros, reportagens e artigos a respeito e divulgue suas teorias e conceitos apenas com base no que lê, nos programas a que assiste, etc. Um ufólogo é uma pessoa que pratica de fato a ufologia. Ou seja: é uma pessoa que estuda relatos, registros visuais, evidências físicas e todos os tipos de fenômenos que possam, de alguma forma, estar relacionados a casos envolvendo objetos voadores não identificados. Um ufólogo não é uma pessoa que determine que um OVNI é de fato uma nave de origem extraterrestre só porque se movimenta e tem a aparência diferente de qualquer artefato voador que ele conheça. Ele sabe que, antes de se comprovar qualquer coisa a respeito, o objeto estudado permanece sendo um "objeto voador não identificado" - isto é, algo que ainda não se sabe o que é. 

Muitos casos de avistamentos desses artefatos e de supostos contatos com extraterrestres se tornam, às vezes, segredos de Estado em alguns países. Por esta razão, para muitos cientistas, inclusive cientistas ufólogos, a ufologia não recebe reconhecimento como ciência, mas recebe estudos vindos de várias outras ciências (astronomia, física, geologia, etc.) que lhe dão suporte para investigações. Mesmo cientistas que são também ufólogos a consideram uma pseudociência  por não ser considerada uma ciência mas, ao mesmo tempo, merecer ser respeitada como se fosse. Geólogos, por exemplo, analisam rochas e outras características do solo onde supostamente houve o pouso ou a queda e a decolagem de um OVNI. Físicos avaliam os movimentos e a velocidade do objeto em movimento e suas relações com as leis da física tal como esta é conhecida na Terra até hoje.
Todavia, muitos casos confirmados comprovaram que os tais "OVNIs" eram, na verdade, objetos de origem terrestre, embora ainda desconhecidos pelas testemunhas. Há, no entanto, muitos casos que ficaram simplesmente "arquivados" e estão esperando uma confirmação ou negação há anos. Há também os casos em que as versões dadas por órgãos oficiais ao negar que os objetos e seres avistados eram de origem extraterrestre. Entre estes, está o caso de Roswell: as fontes oficiais disseram que o suposto "disco voador" era um balão meteorológico, e muitas pessoas até hoje afirmam isto. No entanto, não explicam muito, por exemplo, qual teria sido a origem do material recolhido por "Mac" e levado por ele ao xerife local, nem sobre os quatro corpos. 

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