quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Professores ensinam fatos históricos mas não ensinam a importância da história.

"Que importância têm, 
para nós, do século XXI,
saber os fatos ocorridos
quando o Brasil era colônia
ou quando o Egito
era governado por faraós?"

Esta é uma pergunta feita frequentemente por estudantes de nível médio no Brasil. Isto é uma das muitas comprovações do baixíssimo nível de ensino do país, mas a dúvida dos estudantes quanto à importância da história se deve ao fato de que, na maioria dos casos, as aulas dessa disciplina ainda se limitam à simples informação de eventos passados, decoração de datas, etc. Quando se fala em história do Brasil, pensa-se imediatamente no Brasil como colônia de Portugal ou da época do império, etc. Quando se fala em história geral, logo imaginamos fatos ocorridos na Europa da Idade Média, ou nos grandes impérios de antes de Cristo (Egito, Roma, etc.). Isto acontece porque lamentavelmente, na maioria dos casos, o professores de história se limitam a mencionar eventos históricos, mas não desenvolvem metodologias que façam os alunos visualizar seus estudos como busca de entendimento de fatos recentes e possibilidade de projeções para os próximos eventos nas áreas política, social, tecnológica, econômica, etc. 
Parece-me que os alunos, já desde o início do segundo grau, deveriam aprender que a palavra "história" tem uma origem grega e significa "investigação". Claro que, além disso, eles deveriam ser informados de que, como se trata de uma ciência, o conceito da disciplina se amplia como busca do nosso próprio conhecimento através da investigação de eventos que marcaram épocas - como, por exemplo, a Guerra de Tróia, na Grécia Antiga, e os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Creio que desta forma os estudantes, desde cedo, perceberiam que a história não é apenas um punhado de relatos sobre fatos antigos, mas um processo de investigação sobre aqueles fatos para entendermos a realidade de nossa sociedade atual e nos prepararmos melhor para o futuro. 
Para isto, os professores de história deveriam informar aos seus alunos que os historiadores usam várias fontes de informação (textos antigos, achados arqueológicos, tradições sociais e eventos religiosos ainda existentes, etc.) para estudar o ser humano e suas ações no tempo e no espaço. Os alunos precisam entender que a história é essencialmente uma análise metonímica, sendo "metonímia" o nome que se dá ao conjunto de processos e eventos ocorridos ao longo de milênios. 
A palavra "história" foi usada pela primeira vez como nome para essa ciência por Heródoto, geógrafo e historiador grego que viveu no século V a.C. Entretanto, foi outro historiador grego daquele mesmo século quem fez os primeiros cruzamentos de informações de diferentes fontes para estabelecer métodos críticos. As principais fontes eram textos de diversas origens e épocas, o que fez surgir a divisão da ciência, considerando como "história" todos os fatos ocorridos a partir da criação da escrita, e como "pré história" os fatos ocorridos antes disto. 
Conclui-se, portanto, que a história busca mostrar as constantes transformações pelas quais as sociedades humanas, mas revelando que não somente a sociedade, mas também cada ser humano, está em constantes mudanças. Nenhuma fase é permanente, e no futuro nossa fase atual será mais um capítulo da história a ser pesquisado para que os estudantes entendam os fatos de seu próprio tempo. 

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