quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

PIF - Quem tem gatos precisa saber detalhes dessa doença.

Gato submetido a uma paracentese.
Foto: Patologia Veterinária.
A PIF
não escolhe idades.
Ela afeta gatos,
dos filhotes aos idosos. 


Gato com uveíte.
Foto: Patologia Veterinária.
"PIF" é a sigla para "Peritonite Infecciosa Felina". É uma doença que ataca os felinos em geral, entre os quais estão esses animais que muita gente tem em casa: gatos e gatas. Embora seja mais frequente em gatos mais novos, atinge também os mais velhos, o que significa que os cuidados para evitá-la são importantes para gatos e gatas de qualquer idade.
A doença é causada por um coronavírus, que é um vírus de RNA (ácido ribonucleico) simples que sintetiza proteínas. Esse vírus se multiplica no sistema linfoide. Os novos vírus assim formados infectam os macrófagos, que são células grandes dos tecidos conjuntivos que consomem elementos estranhos ao organismo. Esses macrófagos se localizam em paredes das veias e nas proximidades do coração. A replicação do vírus e a reação natural dos tecidos para combatê-la causam lesões cujas gravidades variam dependendo dos órgãos afetados (vísceras, baço, estômago, etc.). O órgão é recoberto por uma placa áspera e branca e/ou as cavidades são preenchidas por um exsudato, uma substância líquida cuja presença significa que há problemas graves nos tecidos e nos vasos sanguíneos. Durante o tratamento feito pelo veterinário, esse líquido é retirado por meio de uma punção. O procedimento é chamado "paracentese". 
Um coronavírus.
Foto: Wikipedia.






A veterinária Laila Massad Ribas, que atua nas cidades de Osasco e São Paulo (SP), informa que a doença é contagiosa, mas nem todos os gatos portadores do vírus a desenvolvem. Ela confirma que a maior incidência ocorre em animais mais novos mas o problema também atinge os mais velhos. Segundo Laila, a transmissão pode ocorrer através da presença do vírus em fezes de gatos contaminados e da mãe para os filhotes durante a gestação ou a amamentação. Gatos já debilitados por outras doenças se tornam as principais vítimas da PIF.
Fernanda Fragata, que também atua como veterinária em São Paulo, explica que há duas formas de PIF: a efusiva (úmida) e a não efusiva (seca). Ela explica também que os sintomas são muito inespecíficos e pode-se demorar muitos dias para perceber o mal. Ao mesmo tempo, ela aponta algumas situações que podem ser indícios da doença no animal: desidratação, falta de apetite, febre, perda de peso e diarreia. Ela diz que, em casos mais avançados, o animal tem falta de ar, respiração acelerada e uma coloração azulada na língua. Pode ocorrer também uma uveíte (acúmulo de sangue nos olhos). 
Ainda não existe cura para a PIF. O máximo que se pode fazer são tratamentos com antibióticos, anti-inflamatórios e medicamentos quimioterápicos que reduzem a progressão da doença e podem propiciar uma qualidade de vida melhor para o animal. Fernanda diz que a prevenção chega a ser um desafio para os donos. "Gatos doentes ou positivos para o coronavírus não devem ter contato com filhotes nem gatos idosos ou debilitados por outras doenças, pois estes têm mais risco de contrair a doença. Por isso, antes de ter outro gato em casa, consulte sempre o veterinário e respeite as orientações e o período de quarentena recomendado para minimizar os riscos de transmissão para os antigos moradores e novos hóspedes. Mantenha o ambiente e os pertences dos animais sempre limpos, esvazie a caixa de areia e limpe-a por completo ao menos uma vez por semana." - aconselha a veterinária.
A PIF não é considerada uma zoonose. Zoonoses são doenças transmissíveis dos animais não humanos para os humanos. Portanto, segundo os especialistas, não há confirmação de que a peritonite felina seja capaz de acometer humanos, embora exista a peritonite humana. Por via das dúvidas, é sempre importante tomarmos todos os cuidados quanto a isto. 

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