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O horário de verão
não ocorre somente no Brasil,
e não é somente
para economizar energia elétrica.
O horário brasileiro de verão de 2014 já está em vigor. Muita gente diz que gosta e até o prefere, muita gente diz que o detesta, e muita gente diz que "tanto faz". Eu estou nesta terceira categoria porque é algo que não se trata de gostar ou não gostar. Se você não gosta de dias com muito calor, lembre-se que os dias com muito calor não vão deixar de ocorrer. Para os que detestam o frio, os dias muitos frios também não vão deixar de ocorrer. O que você tem que fazer, então? Aceitar as duas situações e procurar ser feliz com elas. No caso do horário de verão ocorre o mesmo.
Quando se fala em Horário de Verão no Brasil, muitas pessoas questionam sobre a economia no consumo de energia. Será que ela ocorre mesmo? E, se ocorre, é tão significativa como dizem? A medida não é exclusividade brasileira. Muitos brasileiros dizem que o governo do nosso país deveria eliminá-lo. Mas isto não é algo que depende apenas do governo brasileiro. A medida é adotada em toda a America do Norte, em alguns países da África e da Oceania e nos países do norte da Europa. Em alguns deles, adianta-se o horário em uma hora, como no Brasil. Em outros, duas ou três. O procedimento ajuda a diminuir consumo de energia elétrica, mas não é adotado para esta finalidade. O motivo é que, em qualquer região do mundo, durante o verão, os dias são mais longos por causa da inclinação do eixo da Terra em relação ao Sol, que expõe essas regiões a efeitos mais intensos da luz solar. Por isto o período é chamado de "Horário de Verão" em português, "Daylight Saving Time" ("Tempo de Economia da Luz do Dia") em inglês, etc. Na Itália, é conhecido como "Ora Legale" ("Hora Legal"), enfatizando que os italianos o consideram apenas como uma obediência a uma lei, nada mais.
A ideia de se criar o Horário de Verão surgiu em 1784. Portanto, a ideia original nada tinha a ver com o consumo de energia elétrica, pois esta nem existia. O político e cientista norte americano Benjamin Franklin criou o projeto para aproveitar melhor a luz do dia e ao mesmo tempo contribuir para a economia da cera utilizada na fabricação de velas. Sua ideia, porém, não foi adotada pelo governo de seu país, os Estados Unidos, nem pelo da França, onde ele publicou sobre as vantagens econômicas do projeto. Em 1907, o astrônomo inglês William Willett, membro da Sociedade Astronômica Real, tentou convencer a sociedade britânica a adotar a prática, mas não conseguiu. O primeiro país a adotar o Horário de Verão oficialmente foi a Alemanha, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de economizar carvão.
Algumas pessoas são contra o Horário de Verão por temerem que o mesmo prejudique a saúde, principalmente das pessoas idosas, já que afeta o "relógio biológico". Chama-se de "relógio biológico" todo o conjunto de órgãos que fazem parte de uma estrutura, nos seres vivos, que permite uma previsão quase exata de algo que poderá ocorrer. No caso dos seres humanos, a preocupação é principalmente com relação aos horários de alimentação como o café da manhã, almoço, jantar, etc., e os horários para acordar na manhã do dia seguinte.
Na verdade, o Horário de Verão exerce maiores influências nas regões por onde passa a linha imaginária do equador. Ela é resultante da interseção da superfície da terra com um plano imaginário que contém o centro do planeta. Como o eixo da Terra oscila, a posição da linha do equador não é constante. Quando ocorre o solstício de inverno no hemisfério sul, ocorre o de verão no hemisfério norte (veja o artigo sobre solstícios neste blogue). Com isto, a maior parte do hemisfério norte se torna mais exposta diretamente às ações dos raios solares, o que faz com que os períodos diurnos sejam mais longos do que as noites. No hemisfério sul - onde se situa o Brasil - ocorre o contrário: as noites se tornam mais longas do que os períodos diurnos.
A maior parte do Brasil não sofre tantas influências dos raios solares assim, porque somente as áreas mais extremas da região Norte são cortadas pela linha do equador, que passa pelos centros das cidades de Macapá e Belém, capitais do Amapá e Pará. Em Macapá existe um obelisco de 30 metros de altura sobre o ponto imaginário conhecido como "Marco Zero". Nos equinócios (entre março e setembro), a luz solar passa por dentro de uma abertura no alto do obelisco formando um feixe de luz que incide diretamente sobre a linha do equador.
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