Dan Ariely e a capa da edição brasileira do livro que está causando grande polêmica. |
De vez em quando surge um livro que causa grande impacto e gera grandes polêmicas em todo o mundo por alguma razão, e se torna um "best-seller" por isto. Foi assim com "eram os Deuses Astronautas?", de Erich von Däniken, em 1968, em que o autor teorizava que muitas obras antigas existentes no nosso mundo foram executadas por astronautas vindos de outros planetas ou por influência deles. Foi assim com "O Código Da Vinci", do norte americano Dan Brwon, publicado a partir de 2003, um romance policial baseado numa teoria em que Jesus teria se casado com Maria Madalena, e que os Merovíngios seriam seus descendentes.
Agora, é a vez de Dan Ariely. Nascido em Nova Iorque, nos Estados Unidos, descendente de israelenses, é psicólogo, economista e professor de psicologia e economia comportamental na Universidade de Duke. O livro foi lançado em junho do ano passado nos Estados Unidos e já está na lista dos mais vendidos segundo o "The New York Times". No livro, ele afirma que existem situações que nos fazem trapacear mais e outras em que trapaceamos menos, sem que nós mesmos percebamos ou pensemos que estamos trapaceando.
"Um por cento das pessoas é sempre desonesto e um por cento é sempre honesto, o problema está nos demais 98%", diz o autor. Ele afirma que a primeira constatação é que o ganho indireto é um poderoso incentivo psicológico à desonestidade. Ariely conta que, numa pesquisa feita por ele entre seus alunos na Universidade de Duke, constatou que a desonestidade aumenta muito quando os pesquisados são pagos em fichas em vez de dinheiro. "Aos olhos do pesquisado, a ficha 'suavizava' o ato desonesto", afirma ele.
Ao que me parece, ele tem razão quanto a isto. Em Vitória, as pessoas que recebiam o vale-transporte - uma ficha para pagar passagens de ônibus para ir trabalhar - a usavam também para passeios nos finais de semana e nas férias, para trocá-las por mercadorias ou para vendê-las por dinheiro sem se darem conta de que isto era usar o vale-transporte como moeda paralela. Um ato, portanto, desonesto.
O segundo incentivo à desonestidade é o que Ariely chama de "efeito Madoff" (*). "Se você colocar entre outras pessoas, num mesmo ambiente, uma pessoa conhecida por muitas delas como desonesta, isto incentivará muitas delas a praticarem atos desonestos", ele garante. O terceiro tipo de incentivo apontado por Dan Ariely é considerado por muitas pessoas como um preconceito. Ele diz que quem usa adereços de moda falsificados, tem mais tendência a pratica desonestidades. Neste grupo ele inclui também pessoas que fazem dieta para emagrecer: aquelas que numa festa, por exemplo, comem doces, bolos, etc., dizendo que voltarão ao regime no deia seguinte, não passam de pessoas que enganam até a si mesmas.
Lembrem-se: estas são opiniões de Dan Ariely.
Ao que me parece, ele tem razão quanto a isto. Em Vitória, as pessoas que recebiam o vale-transporte - uma ficha para pagar passagens de ônibus para ir trabalhar - a usavam também para passeios nos finais de semana e nas férias, para trocá-las por mercadorias ou para vendê-las por dinheiro sem se darem conta de que isto era usar o vale-transporte como moeda paralela. Um ato, portanto, desonesto.
O segundo incentivo à desonestidade é o que Ariely chama de "efeito Madoff" (*). "Se você colocar entre outras pessoas, num mesmo ambiente, uma pessoa conhecida por muitas delas como desonesta, isto incentivará muitas delas a praticarem atos desonestos", ele garante. O terceiro tipo de incentivo apontado por Dan Ariely é considerado por muitas pessoas como um preconceito. Ele diz que quem usa adereços de moda falsificados, tem mais tendência a pratica desonestidades. Neste grupo ele inclui também pessoas que fazem dieta para emagrecer: aquelas que numa festa, por exemplo, comem doces, bolos, etc., dizendo que voltarão ao regime no deia seguinte, não passam de pessoas que enganam até a si mesmas.
Lembrem-se: estas são opiniões de Dan Ariely.
(*) Baseado no caso de Bernard Lawrence Madoff, fundador de uma importante sociedade de financiamento dos Estados Unidos que foi preso sob acusação de fraude em dezembro de 2008.
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