terça-feira, 27 de outubro de 2015

Dispensacionalistas preveem sete anos de tragédias.

John Nelson Darby (1800-1882)
Foto: Wikipedia
O retorno de Jesus
ocorrerá em sentido físico?
Ele renascerá
tal como ocorreu

na primeira vez
segundo a Bíblia?



Uma antiga corrente filosófica e doutrina teológica cristã está novamente assumindo espaços entre as discussões sobre novas tendências dentro das igrejas. Apesar disso, seu nome - "dispensacionalismo" - parece ser uma palavra desconhecida por um grande número de frequentadores das igrejas cristãs - a católica e todas as protestantes.  O conhecimento do significado de tal palavra é importante pelo menos para que os fiéis tenham uma ideia melhor do que está sendo discutido.
O dispensacionalismo é uma corrente de pensamentos que, embora divergentes segundo o ponto de vista de cada um de seus defensores, afirma que a segunda vinda de Jesus ao mundo será de forma física. Grande parte dos dispensacionalistas afirma que esse retorno do Filho de Deus se dará por meio de um arrebatamento . Esse "arrebatamento" é um conceito presente em várias interpretações dos livros do Novo Testamento (*), referente a um período de sete anos de tragédias e o Armagedon, a profecia que diz que está por vir o dia em que exércitos de todas as nações do planeta terão que enfrentar Deus e seu Reino. Apesar disto, o dispensacionalismo, que uma dessas linhas de interpretação, é baseado principalmente no Livro de Jeremias, que faz parte do Antigo Testamento, embora também considere interpretações do que está escrito no Apocalipse, o último livro da Bíblia, cuja autoria é atribuída a João. Neste ponto, é importante ressaltar que, como se percebe na narração bíblica, João não foi o autor das informações, que também é conhecido como "Revelações". No livro, ele é mostrado apenas como alguém que transcreveu as informações dadas por anjos.
"Dispensacionalismo" é  uma palavra derivada de "dispensação". Esta outra palavra significa "administração", "gerência". Em sentido mais filosófico do que propriamente religioso, refere-se ao método de se lidar com a humanidade. Em sentindo mais religioso do que filosófico, refere-se a esse método aplicado e administrado por Deus. Embora o dispensacionalismo pareça ser uma novidade para muitos católicos e protestantes, essa doutrina foi inicialmente elaborada por John Nelson Darby (foto), um estudante de direito e pregador anglo-irlandês que traduziu a Bíblia baseando-se ao mesmo tempo em textos hebraicos e gregos, o que resultou na obra "The Holy Scriptures: A New Translation of The Original Languages" ("As Escrituras Sagradas: Uma Nova Tradução das Linguagens Originais"). Mais tarde essa obra recebeu duas traduções em alemão e francês. É sempre importante lembrar que traduções, por melhores que sejam, recebem, mesmo involuntariamente por parte dos tradutores, modificações geralmente causadas por interpretações pessoais e trazem erros.
Segundo vários autores, Darby baseou-se em supostas visões de uma certa adolescente escocesa chamada Margaret McDonald (1815-1840) quando ela estava possuída por um demônio. Porém, há também informações de que o próprio Darby já havia publicado algumas de suas ideias sobre o arrebatamento alguns anos antes disso ocorrer. Margaret vivia com dois irmãos, James e George, mais velhos que ela, que atuavam no setor de transporte. Segundo a Wikipedia, alegando ter tido visões, de 1826 a 1829, a adolescente nascida em Glasgow, Escócia, enfatizou que os problemas do mundo só poderiam ser resolvidos através de um surto de dons provenientes do Espírito Santo.
Acontece que muita gente confunde "Espírito Santo" com "Deus". Deus é o ser supremo em todas as religiões abraâmicas, que são religiões monoteístas surgidas a partir de três vertentes principais (judaísmo, cristianismo e islamismo) desenvolvidas a partir de diferentes interpretações dos ensinamentos do patriarca hebreu Abraão, cuja existência ou não ainda é discutida porque, sob o ponto de vista da arqueologia, nada que a comprove foi encontrado até hoje. "Espírito Santo" ou "Espírito Sagrado" é o nome que se dá à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que inclui o "Pai" (Deus), o Filho (Jesus) e o Espírito Santo, que não é exatamente Deus, mas uma representação da onipotência e da onipresença de Deus através da relação entre as outras duas pessoas.
Os dispensacionalistas pregam uma dissociação entre Israel e as igrejas. Eles acreditam que a salvação sempre se deu pela fé em Deus tal como ele é descrito no Velho Testamento e, ao mesmo tempo, na relação Pai/Filho (Deus/Jesus) descrita nos Evangelhos. Isto quer dizer que, segundo eles, nenhuma igreja substitui Israel nos planos de Deus, e que Deus não transfere promessas contidas no Velho Testamento para igreja alguma, mas também não exclui os seguidores das igrejas. Entretanto, segundo alguns autores, os dispensacionalistas são contra acordos de paz porque se baseiam no fato de que a vinda de Jesus é inevitável e ocorrerá no momento certo.

Fontes:
  • Wikipedia
  • Wikipedia
  • "The World's Religions" - diversos autores - editora: Lion Hanbooks, Inglaterra.
  • "A Bíblia Sagrada" - Sociedade Bíblica do Brasil.

(*) A segunda parte da Bíblia cristã. 

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