quarta-feira, 6 de junho de 2012

Anestesia - um resumo da história e de como são os procedimentos atuais


Oliver Wendell Holmes (1809/1894),
médico norte americano,
foi o primeiro a propôr
o uso das palavras 
"anestesia", "anestésico"

"anestesiado"

(Foto: Wikipedia) 




Diga a verdade: quando você se senta na cadeira do dentista e ele lhe diz "por favor, abra a boca", e se for para obturar um dente, você fica torcendo para que ele lhe aplique uma anestesia, não é? Eu, com certeza, peço ao dentista para aplicá-la. A razão é muito simples: ninguém gosta de sentir dor. Agora, esqueça o tratamento odontológico em pense em como seriam os procedimentos cirúrgicos nos casos mais graves se não existissem os anestésicos. 
A palavra "anestesia" veio de uma palavra do grego antigo, "anaiesthêsis", na qual a partícula inicial - ou prefixo - "an" significava "ausência de", "aiesthêsis" significava "sentido" ou "sensação". Quando se fala em anestesia, logo a associamos à ausência de dor, mas a palavra está associada ao bloqueio temporário de sensações e, no caso de anestesia geral, também da consciência. 
Durante a Idade Média, na Europa, na Ásia e na América Pré Colombiana, várias espécies vegetais contendo alcalóides, entre elas a mandrágora e o meimendro, eram usadas como anestésicos em vários procedimentos médicos. No entanto, há evidências de procedimentos bem mais antigos.  Textos originais em latim e grego antigo confirmam o uso do ópio, substância proveniente da papoula, como anestésico em Roma e na Grécia durante a Antiguidade (período da história antes de Cristo - a.C.). No século XIII, na Itália, o médico Teodorico Borgognoni misturas semelhantes ao ópio para induzir pacientes ao estado de inconsciência.
No entanto, até o século XIX, as enominações "anestesia", "anestésico" e "anestesiado" ainda não existiam. A história propriamente dita dessas denominações começou no 30 de março de 1842, quando um médico dos Estados Unidos, Crawford Long, utilizou o éter etílico como o primeiro anestésico inalável para remover um tumor de um paciente. Long continuou a aplicar o éter etílico por inalação até 1849, quando em Boston, também nos Estados Unidos, o dentista William Thomas Green Morton, sem ter conhecimento dos procedimentos de Long, fez a primeira demonstração pública de anestesia por inalação usando o mesmo tipo de éter. Foi por aquela ocasião que outro médico norte americano, Oliver Wendell Homes, sugeriu que o nome do medicamento utilizado passasse a ser "anestésico", que o procedimento fosse chamado "anestesia", sendo "anestesiado" o paciente sob o efeito do anestésico. 

Os procedimentos atuais

Segundo informações publicadas pelo Hospital Santa Lúcia, de Brasília, ainda há muitas pessoas que revelam medo de receber anestésicos. No entanto, a maioria desses casos está relacionada à falta de informação e a informações equivocadas. "Anestesia" significa "perda dos sentidos", mas não deve ser confundida  com "desmaio", que é uma perda súbita da consciência. 
Obviamente os riscos existem. Os anestesistas do Santa Lúcia afirmam que atualmente as complicações são muito raras, graças aos equipamentos mais modernos e às técnicas que hoje são aplicadas de forma mais eficaz na eliminação de riscos de acidentes por aplicação de anestésicos. Porém, eles admitem que os riscos são menores do que os que ocorriam até 10 anos atrás, mas ainda existem por causa de fatores como condições hospitalares, inexperiência profissional, etc. Eles admitem também que, em casos de urgência, os riscos são maiores. 
A anestesia pode ser local, regional ou geral. A local é indicada para as operações mais simples, como cirurgias plásticas ou sutura de cortes ("dar pontos"). A anestesia regional se subdivide em de bloqueio de plexo (grupo de nervos), peridural e raquianestesia. 
O bloqueio de plexo é indicado para cirurgias nos braços. O paciente recebe uma aplicação na região cervical. A agulha penetra na pele, passa por músculos e atinge um grupo de nervos chamado "plexo braquial". O anestésico injetado é absorvido por todos os nervos, neutralizando temporariamente todas as funções do braço, inclusive as de movimento.
As anestesias regionais peridurais e as raquianestesias são indicadas para operações nas pernas, no abdômen inferior (incluindo apêndice, útero, ovário e bexiga) e em cesarianas. O paciente pode receber a aplicação deitado de lado ou sentado. 
A anestesia geral é indicada para operações no abdômen superior, tórax, cabeça, pescoço e para cirurgias cardíacas e neurológicas (cerebrais). Nos casos de quaisquer cirurgias em crianças, geralmente é aplicada a anestesia geral para evitar traumas ou que a criança fique inquieta durante o procedimento cirúrgico. O anestésico atua no corpo inteiro, neutralizando temporariamente todas as funções de consciência, dor e reflexo. 

Fontes: 
  • Site do Hospital Santa Lúcia, de Brasília ( http://www.santalucia.com.br/ )
  • "Anestesia" - Wikipedia
  • Enciclopédia "Conhecer" - Vol. 1 - Série Verde - Editora Abril Cultural.

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