Muita gente diz:
"minha personalidade nunca muda".
No entanto,
psicólogos garantem
que nossa personalidade muda constantemente,
sem que nós mesmos percebamos.
Muitas pessoas dizem que suas personalidades são imutáveis. Se alguém disser que a personalidade de uma dessas pessoas muda constantemente, essa pessoa provavelmente se sentirá ofendida. No entanto, é isto que na realidade ocorre com todos nós: a personalidade de cada pessoa sempre muda. Estudos feitos por psicólogos como os norte americanos Howard Friedman (que também é médico) e Miriam Schustack, da Universidade de Colúmbia, e Charles S. Carver e Michael F. Scheier, da Universidade de Miami confirmam isto.
A personalidade é um conjunto de características psicológicas que determinam nossas maneiras de pensar, sentir e agir. Ou seja, características que determinam nossos comportamentos individuais e sociais. A personalidade é única para cada pessoa, mas sua formação se dá por meio de um processo gradual. Portando, está em constante transformação.
Popularmente, a palavra "personalidade" é utilizada como referência às características mais marcantes de uma pessoa. Frequentemente ouvimos alguém dizer que uma determinada pessoa tem uma "personalidade forte", ou "não tem personalidade". Evidentemente não existem pessoas sem personalidade, mas esses conceitos são provenientes de um senso comum sem embasamento científico. Friedman, Schustack, Carver e Scheier dizem que, para essas pessoas, a personalidade é dinâmica, mas ao mesmo tempo imutável. Porém, segundo eles, ela se modifica sob a influência de experiências vividas. Howard Friedman, que é psicólogo e médico, afirma que a personalidade de cada pessoa está intimamente relacionada com corpo e seus processos - portanto, modifica-se constantemente. Carver e Scheier que a personalidade é uma força ativa que ajuda a determinar a relação entre a pessoa e o ambiente em que ela vive - o que é outra forma de dizer que a personalidade se modifica com muita frequência.
Muitos psicólogos afirmam que a personalidade se manifesta por padrões estabelecidos por características recorrentes e é expressa por meio de comportamentos, pensamentos e emoções. De qualquer forma, parece que há entre eles uma quase unanimidade em dizer que a personalidade é resultante também de influências culturais. Essa conclusão é obtida através de um estudo chamado "psicologia da personalidade" ou "psicologia diferencial". Seu objetivo é tentar descrever e explicar as particularidades mais marcantes e duradouras de cada ser humano, não consideradas como anormalidades, e que possam influenciar seu comportamento em relação a outras pessoas na família, no local de trabalho, etc.
Nem todos os psicólogos consideram "psicologia da personalidade" e "psicologia diferencial" como a mesma coisa. Muitos interpretam a psicologia diferencial como "psicologia individual", ou seja, dedicada apenas ao estudo do indivíduo. Para estes, a psicologia diferencial inclui as psicologias individual e especial, sendo a especial a que estuda as características comuns entre a pessoa e outras pessoas de um mesmo grupo do qual ela participa (família, colegas de trabalho, etc.). Porém, segundo Howard Friedman, a psicologia diferencial propriamente dita - "psicologia diferencial latu sensu" - abrange áreas atribuídas às psicologias clínica, social e de desenvolvimento. Por isto o termo "psicologia diferencial latu sensu" não vem sendo muito utilizado desde 1970.
Minha conclusão, portanto, quanto as diferenças entre os pontos de vista científicos e leigos:
- O uso científico do termo "personalidade" busca a formação de um modelo baseado em teorias cientificas.
- A interpretação popular se baseia em teorias obviamente não científicas, o que dificulta o estabelecimento de um conceito adequado para leigos.
Fontes:
- "Teorias da Personalidade", de Howard Friedman e Miriam Schustack - editora Pearson.
- "Perspectives on Personality", de Charles S. Carver e Michael F. Scheier - Miami University.
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