quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Inveja Segundo o Darwinismo Social


Usar determinados tipos de roupas,
calçados, etc., 
só porque são os que "estão na moda"
é um sentimento de inveja?
Se consideramos certos conceitos de "inveja",
parece que sim. 

O conceito mais comum que se tem sobre "inveja" é o de que é um sentimento de tristeza perante o que outra pessoa ou outras pessoas tem e a própria pessoa não tem.  A inveja é um sentimento que parece ser tão antigo quanto a própria existência da humanidade. Relatos sobre elas aparecem em textos antigos e atuais, são constantes na Bíblia (o Gênese diz que Caim matou seu irmão Abel por inveja). Dizem  alguns estudiosos que ela que foi acentuada nos tempos modernos pelo capitalismo. 
A inveja pode ser definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual. No "darwinismo social", ela é descrita como forma de autopreservação e auto-afirmação. Se assim for, já que todo ser humano necessita se autopreservar, todo ser humano sente inveja.

O darwinismo social se baseia na teoria da seleção natural, do biólogo inglês Charles Darwin (1809-1882). Ele acreditava que a diversidade de espécies de seres vivos vem através do processo evolução. Cada vez mais, novas descobertas científicas comprovam que isto é o que de fato acontece. Essa comprovação da teoria da evolução tem motivado o surgimento de correntes nas ciências sociais baseadas na tese da sobrevivência do mais adaptado, da importância de um controle sobre a demografia humana. Ou seja: tem mais condições de sobreviver às mudanças do mundo aquele que estiver mais adaptado biológica e socialmente. 
Essa relação entre a inveja e a ciência começou a se fortalecer graças às consequências da Revolução Industrial, principalmente a partir de meados do século XIX. Não é difícil imaginar suas razões. Elas podem ser explicadas pelo fato de que o avanço da tecnologia, fortemente influenciado pela revolução, se acentua cada vez mais e multiplica constantemente o avanço em todas as áreas de conhecimento. Isto faz com que os cientistas se destaquem cada vez mais como importantes colaboradores das transformações sociais. A prova dessa realidade se verifica quando alguém quer afirmar uma informação como verdade indiscutível dizendo que a mesma foi "cientificamente comprovado". Essas transformações trazem necessidades pessoais que nem todos podem alcançar. Para muitas pessoas, ainda há o conceito de que o acesso a novidades tecnológicas também significa acessos a maiores condições de status social. Enquanto algumas pessoas conseguem comprar um novo Smartphone como muitos recursos que o outro modelo mais recente anterior não tem, muitos não tem condições de adquirir nem o anterior. Enquanto algumas pessoas compram aparelhos de TV com recursos tecnológicos que outros não tem, muita gente pode apenas sonhar com eles. 

Sendo assim, parece-me que o que os darwinistas sociais estão tentando nos dizer é que aquilo que chamamos de "sonho de consumo" é na verdade um sentimento de inveja, embora talvez não o percebamos. Creio que eles tem razão, se levarmos em conta que esse sonho de consumo leva principalmente jovens de famílias sem condições financeiras para realizar seus sonhos a cometer assaltos e até latrocínios (assaltos com homicídio) para obter um par de tênis mais bonito, um telefone celular mais sofisticado, etc. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por prestigiar este blog. Seus comentários sempre serão muito importantes.