segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Psicólogos e Antropóloga Avaliam Afetividade entre Pessoas e Animais de Estimação


Antes, 
eram apenas bichos de estimação.
Agora, muitos são tratados como membros da família.






Um artigo publicado hoje no Uol Mulher lembra que a relação entre humanos e não humanos é quase tão antiga quanto a própria história da humanidade. No entanto, cavalos eram muito mais animais de transporte e de tração, veículos de batalhas, etc., do que animais de estimação. Eram muito bem tratados e alimentados porque precisavam ser mantidos sadios e fortes para executar tarefas em construções, em guerras, na lavoura, etc. Cães também recebiam tratamentos especiais para ajudar na condução de rebanhos de outros animais (carneiros, por exemplo), como animais que, latindo, uivando ou ganindo, avisavam sobre a aproximação de pessoas estranhas e outros animais aos acampamentos e residências.
Atualmente, principalmente cães e gatos estão passando a ser tratados como se fossem membros da família. Algumas pessoas acreditam que esses animais amam seus donos "incondicionalmente". Será? Como podemos ter certeza de que esse "amor" não está relacionado ao fato de que, se eles demonstram carinho por nós, é porque querem garantia de casa, comida e proteção? Muitos são os adestradores de animais que afirmam que os animais se deixam ser adestrados porque sabem que, sendo obedientes, tem casa, comida e proteção garantidas. Essa troca é, sem dúvida, um direito deles, e uma obrigação de seus donos, mas elimina todas as evidências de "incondicional".
O psicólogo Cesar Ades, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), e a antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Míriam Goldenberg, dizem que estamos vivendo uma época de enorme atenção aos animais porque as pessoas estão se sentindo cada vez "mais sós" mesmo dentro da própria família, embora talvez elas mesmas não percebam isto, e os animais passam a ser vistos como "excelentes companhias". Míriam chega a dizer que os animais estão sendo "humanizados" pelas pessoas. Ou seja: ela deixa claro que vê este tipo de comportamento dos donos de animais como exageros.
O artigo do Uol diz também que a psicóloga Malu Favarato, disse que cresce o número de pessoas cada vez mais satisfeitas com a convivência com bichos do que com pessoas. Miriam Goldenberg diz que este é um tipo de amor que "gratifica e quase não exige" - mas vejam bem: ela usou a palavra "quase". Malu diz que há até casais que preferem criar um animal a ter ou adotar uma criança. No entanto, é preciso, neste caso, considerarmos um fator muito importante: cuidados com crianças exigem preocupações com coisas como creches, escolas, realizações de desejos difíceis de serem realizados para elas (brinquedos muito caros, por exemplo), segurança , etc. Cuidados e preocupações que, no caso de animais, não são necessários. Mas os animais necessitam de carinho e outros cuidados básicos que nem sempre seus donos sabem quais são, e isto gera gastos com consultas a veterinários, por exemplo.
Míriam, que é antropóloga, afirma que conhece muitas pessoas que dizem que recebem mais atenção dos animais do que até de seus próprios filhos. Malu, a psicóloga, diz que essa afetividade tão intensa entre essas pessoas e seus animais muitas vezes são evidentemente uma tentativa de superar as relações menos positivas entre elas e outras pessoas. Parece-me que Malu tem razão quando o publicitário Ricardo Martins, de 30 anos, dono de uma cadela da raça West Highland White Terrier chamada Alaska diz: "Ela está sempre me seguindo, abandonando o rabinho. Não me sinto mais sozinho". Parece-me que ele sente muito mais carência afetiva das pessoas do que de fato amor pelo animal. 

Fonte: Uol Mulher - 

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