quinta-feira, 10 de abril de 2014

Torta Capixaba - Os ingredientes variam mas a tradição não acaba.


A regra tradicional
diz que a torta capixaba
tem que ser preparada
num outro elemento tradicional capixaba:
a panela de barro.
Mais altos a cada ano,
os preços dos ingredientes
provocam mudanças nas receitas,
mas a tradição não acaba.



Tradicionalmente, quando a Semana Santa se aproxima, muitas famílias no Espírito Santo começam a planejar o preparo da torta capixaba, uma das comidas típicas mais apreciadas por quem mora no estado e por quem o visita. Até alguns anos atrás, as tortas capixabas eram consumidas na quinta-feira da Semana Santa. Atualmente as famílias a preparam na quarta-feira e a consomem da quinta-feira até o domingo de Páscoa. 
Atualmente a torta capixaba não é consumida somente na Semana Santa. Sua fama já chegou a outros estados e outros países, e isto faz com que muitos turistas a procurem. Por isto atualmente ela está presente todos os dias principalmente em restaurantes situados em balneários.
Muitos capixabas se orgulham de dizer que sabem prepará-la, mas a maioria deles a faz de forma um pouco diferente das outras - e garante que a que faz é a verdadeira torta capixaba. De maneira geral , a recita não é modificada; apenas cada pessoa acrescenta algo de acordo com seu próprio gosto. O fato é que ela é um dos elementos resultantes da miscigenação que deu origem ao povo do Espírito Santo. Seus ingredientes tradicionais são compostos pelo bacalhau, peixe importado da Noruega e de Portugal (não existem bacalhaus no Brasil), e por caranguejos ou siris e, às vezes, camarões, que existem em abundância no Espírito Santo. O ingrediente principal é o palmito, produto proveniente de uma árvora que existia em abundância nas matas capixabas, mas atualmente em extinção. Por isto, a maioria dos palmitos incluídos na torta é proveniente de outros Estados, especialmente da Bahia, o que contribui para torná-lo mais caro.
Os ingredientes

Os ingredientes que compõem a torta capixaba variam de acordo com o gosto de quem a prepara e com os hábitos alimentares da família. Nem sempre os caranguejos, siris e sururus são incluídos, mas há quem diga que, sem eles, não é torta capixaba. Por ser importado, o bacalhau tem se tornado um peixe muito caro para o consumidor capixaba. Por isto, algumas famílias o substituem pelo miraguaia, um peixe comum no Espírito Santo cujo gosto é semelhante ao dos seus "parentes" noruegueses e portugueses. Os preços altos do bacalhau e sua substituição pelo miraguaia fizeram surgir o que eu, brincando, chamo de "torta capixaba genérica". Numa coisa, todos os que fazem ou consomem a torta concordam com unanimidade: o palmito não pode faltar e é insubstituível.
Como os ingredientes são muito caros, as famílias espiritossantenses consomem a torta capixaba apenas por ocasião da Semana Santa. Entretanto, turistas que visitam o Estado podem saboreá-la em alguns restaurantes em outras épocas do ano. 
Há quem diga que a tradição da produção da torta pelas próprias familias que a consomem está acabando por causa dos altos preços dos ingredientes. Não sei se realmente está acabando. A torta é tradicionalmente consumida em função de uma tradição cristã que diz que não se deve comer carne  - de boi ou de porco, mas carne de peixe, pode - na Sexta-Feira Santa. Muitas famílias começam a planejar o orçamento com um ou dois meses de antecedência só para não deixar a torta faltar.

O preparo

Os ingredientes incluem opcionalmente caranguejos ou os siris (ou caranguejos siris) desfiados, ostras e sururus, e obrigatoriamente bacalhau ou miraguaia, palmito, ovos e temperos de coentro, urucum, tomates, cebolas, pimenta do reino, limão, alho e óleo de oliva. Todos os ingredientes são triturados e moídos juntos, formando uma massa bem ligada. Os ovos são batidos em neve e, com as gemas, espalhados sobre a massa, que geralmente é enfeitada com rodelas de cebola e azeitonas.
A tradição determina que tudo isto seja colocado numa panela de barro. Na falta desta, nada impede que seja usada uma panela de metal, mesmo. O importante é que a panela permaneça no forno até a torta dourar. Depois, é só colocá-la sobre a mesa e deixar o pessoal se servir à vontade.
Agora que você já tem a receita, se não puder passar os feriados da Semana Santa no Espírito Santo e aproveitar as belíssimas praias ou o maravilhoso clima das montanhas, pode pelo menos levar um pouco do sabor espiritossantense fazendo uma torta capixaba em casa. Se puder, experimente. Se você pretende vir ao Espírito Santo, acesse o site "Overmundo" ( http://www.overmundo.com.br/guia/torta-capixaba ). Lá você verá uma lista de restaurantes e outros locais onde poderá saborear a torta e outras delícias capixabas.

Fonte: 

  • Overmundo 
  • Foto: Arquivo Google.

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