quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Sem solução para problemas sociais não há solução para problemas ambientais.


Não é possível desvincular
os problemas ambientais 
dos problemas sociais. 
A sustentabilidade só será possível
através da combinação 
entre o respeito ao meio ambiente
e a 
diminuição das desigualdades sociais.



Já sabemos que a Terra (o planeta) é a fonte dos principais recursos necessários à nossa sobrevivência. Por isto, a realização de uma atividade econômica, qualquer que seja, não deve visar apenas lucro em dinheiro e outros bens materiais, embora estes sejam necessários a uma vida digna. O principal objetivo das atividades profissionais - e, portanto, econômicas - é a transformação de recursos naturais para a realização de negócios dentro de limites que garantam a sustentabilidade.
Quando pensamos em sustentabilidade, estamos pensando no futuro da humanidade. Não apenas no que poderá ocorrer nos próximos 100 anos ou dois mil anos, mas no que poderá ocorrer também no mês que vem. Quando você pensa em sustentabilidade, você pensa em seu próprio futuro - pois o seu futuro, assim como o de todo mundo, depende muito de você mesmo, de todas as outras pessoas e do bem estar de todo o planeta. Portanto, depende muito da realização responsável das atividades econômicas de todos. 
Tanto o bem estar coletivo como o individual resultam de uma interdependência entre os sistemas sociais, ambientais e econômicos. Como todos nós dependemos muito dos recursos naturais, não podemos esquecer que a Terra é um sistema fechado. Isto significa que, como tudo que existe, todos os recursos que nosso planeta nos oferece tem seus limites. Entretanto, de nada adianta pensarmos em utilização correta desses recursos sem pensarmos nos problemas causados pelas desigualdades sociais, e este é exatamente um dos principais problemas de países como o Brasil.
Segundo as pesquisas internacionais mais recentes, apenas sete países no mundo tem desigualdades sociais mais graves que as do Brasil: Namíbia, Lesoto, Botsuana, República Centro-Africana, Suazilândia e Guatemala, cujos índices de pobreza são mais elevados do que os do Brasil. A relação entre o Produto Interno Bruto (PIB) médio dos países industrializados e o dos países pobres, que em 1976 era de 13 para 1, atualmente é de 20 para 1. Os resultados disso são evidentes: o crescente número de pessoas que saem dos países pobres ou "em desenvolvimento" (como o Brasil) na esperança de viver melhor nos países ricos, mesmo ingressando nesses países através da clandestinidade. Crescem também os índices de violência - o que não é ma exclusividade dos países pobres. 
Esses dados são tão graves que o Banco Mundial já registrou que, somente na Índia, quase metade das crianças do país tem problemas de desnutrição. Em termos continentais, os maiores índices de desnutrição são registrados no sul da Ásia e nos países africanos situados abaixo do deserto de Saara. No Brasil, a situação não é tão grave assim, mas é grave. Segundo o IBGE, 7,7% da população brasileira - isto é, cerca de 14 milhões de pessoas - passaram fome por pelo menos um dia em 2004. 
Esses problemas são agravados pelas relações de trabalho. No Brasil, continuam sendo descobertos e confirmados, vez por outra, casos de trabalho realizado em regime semelhante ao de escravidão, principalmente nos estados amazônicos como o Pará e o Mato Grosso. Entre as pessoas que trabalham nessas condições, encontram-se até mesmo adolescentes e crianças. São vítimas de um trabalho forçado realizado sob a ameaça de punições severas e até mesmo brutais em caso de desobediência.
O trabalho forçado tem vários tipos de relações. As mais comuns podem ser o tráfico de pessoas, punições por expressar opiniões políticas, etc. Estima-se que 12,3 milhões de pessoas no mundo ainda sejam vítimas de trabalhos forçados. No Brasil, a estimativa é de 25 mil. O problema no Brasil tem diminuído desde março de 2003, quando foi implantado o Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, mas o problema ainda existe. 

Foto: Arquivo Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por prestigiar este blog. Seus comentários sempre serão muito importantes.